Felicidade conjugal não é um acidente – Parte 1



Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar.


























“Lar é onde habita o coração”, já dizia Plínio, o moço. E nada pior que morar na tristeza. Na família, cada membro tem uma importância única e insubstituível. O pai deve ser o provedor, o protetor e o professor que chega em casa no final do dia cansado de sua labuta e, ao passar pela porta de entrada, encontra uma recepção de general que chegou vitorioso da batalha.



A esposa é pérola raríssima. Mulher competente, que investe sua vida e seus talentos em alguns poucos. Quantos mortais gostariam de ter aquela benção por perto, mas somente alguns poucos – marido e filhos – a possuem. Ela deve ser valorizada, elogiada e amada. Seu trabalho pede reconhecimento, seus olhos, gratidão e cuidado, e seus braços precisam de abraços e dengos. Grandes executivas, ao serem entrevistadas, segredaram seu desejo mais oculto de preparar um jantar para o marido e filhos e desfrutar do que a maioria das filhas de Eva desfrutam diariamente.

Os filhos devem ser vistos pelos pais como únicos e preciosos. Em meio a sete bilhões de habitantes, Deus escolheu aquela família para cuidar dessas crianças. É um privilégio único alimentar, proteger, educar e amar um outro ser. Eles se parecem muito com os pais, que se surpreendem ao ver nos pequenos seus traços mais característicos.

A família é oásis no deserto da vida. O pai, mesmo que tenha uma profissão sem nenhum glamour na sociedade é, naquele ambiente, o herói de todos. A mãe, que raramente se parece com as modelos produzidas das revistas, é recebida em casa como a mais bela das mortais. Os filhos são apoiados, têm suas habilidades desenvolvidas e suas limitações trabalhadas. 
Queridos incondicionalmente, repreendidos e abraçados, treinados e alimentados, levam consigo a continuação do nome da família e dos ideais culturais e espirituais pelos quais os pais tanto prezam.

Ah, família, lugar de descansar e recobrar as forças. Espaço para recuperação das doenças e desfrute dos anos que passamos na terra. Mas nem sempre tudo funciona tão bem, não é verdade? Cada membro tem suas limitações, seus pecados, suas fraquezas e suas manias. Como liderar uma casa? Como educar os filhos? Como amar o cônjuge? Estas são perguntas que precisam de resposta, sem as quais não haverá felicidade.

Felicidade não é fruto do acaso, mas resultado de trabalho concentrado e embasado em princípios deixados pelo Criador, pelo Fabricante, que realmente deseja e está empenhado em fazer da sua casa o melhor lugar do mundo para se estar.
Sintetizar e concentrar. Simplificar e facilitar. Estes têm sido os desafios do Pr. Josué Gonçalves. Falar de família, para ele, é fácil, já que prega, aconselha, escreve e respira família há mais de 30 anos. Seu desafio neste volume é traduzir para qualquer leitor os princípios poderosos da Bíblia que, se colocados em prática, promoverão a chegada da paz, a permanência da prosperidade e a presença da tão desejada felicidade.

Se obedeceres ao mandamento que hoje te ordeno, de amar o SENHOR, teu Deus, de andar nos seus caminhos e de guardar os seus mandamentos, seus estatutos e seus preceitos, então viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra em que estás entrando para possuir. Mas, se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorar e cultuar outros deuses, declaro-te hoje que certamente serás destruído. Não prolongarás teus dias na terra em que entrarás para possuir, depois que atravessares o Jordão. Convoco hoje o céu e a terra como testemunhas contra ti de que coloquei diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Portanto, escolhe a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, obedecendo à sua voz e te apegando a ele, pois ele é a tua vida e a extensão dos teus dias; para que habites na terra que o SENHOR prometeu com juramento dar a teus pais Abraão, Isaque e Jacó. (Dt 30.16-20)

Nossa história de vida é marcada por decisões. Na raiz dos nossos sucessos e fracassos lá estão elas, as decisões que tomamos em algum momento. Se estávamos com a cabeça quente ou serenos, se estávamos apressados ou tranquilos, se fomos bem influenciados ou não, se agimos por impulso ou se refletimos sobre a situação, todos esses elementos exerceram algum tipo de pressão sobre as decisões que tomamos. Por esta breve relação de agentes que nos influenciam, o leitor pode perceber que não devemos menosprezar o clima que envolve a tomada de uma decisão, qualquer que seja a decisão.

O clima no qual estamos envolvidos quando tomamos decisões interfere diretamente sobre o que decidimos, mas nós não podemos atribuir ao ambiente a responsabilidade por uma decisão errada da nossa parte: a decisão é nossa. Até mesmo se identificarmos uma pessoa próxima a nós, cujo conselho tenha nos levado a uma decisão desastrosa, em última instância a palavra final de quem foi? Foi nossa.

Pense em uma pessoa que decide por uma profissão qualquer. Ela planeja seus estudos na faculdade por quatro ou cinco anos. 
Talvez faça uma especialização por mais um ano, seguida de uma pós-graduação que dura mais dois anos. Forma-se. Entra em um programa para trainees e começa a sua carreira. Dali a um tempo, percebe que aquela não era bem a profissão que ela deveria ter escolhido. Veja quanto tempo, quanto dinheiro, quanto esforço empregado sem um resultado positivo, sem um momento de satisfação, de realização. Vem a frustração, que é seguida pelo desânimo, que se transforma às vezes em depressão. Tudo teve início em uma única decisão, mal tomada por sinal.

Com esse roteiro fictício, que representa inúmeras situações reais, quero mostrar a importância das decisões. Em muitos casos, as coisas são ainda piores, acredite. Eu poderia montar aqui o quadro dentro de outros cenários como a compra de um imóvel em uma vizinhança problemática, a compra de um carro com problemas mecânicos, o financiamento de algum bem a longo prazo, o começo de uma sociedade comercial com um sócio desonesto ou mesmo um namorico, sem maiores pretensões, que se transforma em algo sério e leva a um casamento indesejado, com filhos, com a interferência da família, com uma situação financeira precária. São muitas as possibilidades, todas elas dependentes de uma única decisão. Uma só.

Se uma decisão errada pode arruinar a vida de uma ou mais pessoas, o contrário também é verdadeiro: uma decisão acertada pode levar você a lugares espaçosos, a delícias que jamais imaginou provar, a sensações de grande alegria e gozo que podem ser divididas com as pessoas que você ama e para as quais você quer o melhor. E, novamente, lá está ela, a decisão, a sua decisão!
Do mesmo modo, eu poderia montar aqui um quadro de como uma decisão feliz e acertada pode mudar a vida de pessoas, de famílias, de igrejas, cidades e até mesmo um país. Não faltariam exemplos em nenhuma área para demonstrar isso a você: da filantropia ao negócio mais rentável, do Terceiro Mundo à biografia do homem mais rico do planeta, das missões cristãs no século I às atuais transmissões de TV em full HD. Se hoje sofremos com os problemas do pecado, foi pela decisão de alguém, a decisão deliberada de desobedecer à Palavra de Deus; mas por outro lado, até mesmo a salvação de todo aquele que crê em Jesus e a esperança que temos hoje a respeito da vida eterna também podem ser atribuídas a uma única decisão: Deus amou o mundo e decidiu dar seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Que maravilha é ter consciência de que podemos contar com o Senhor na orientação dos nossos passos, das nossas decisões. É o que lemos nos versículos que abrem esta Introdução. Há quarenta e dois anos, o Senhor havia tirado o seu povo do Egito, onde era escravo e estava sendo oprimido pelo sofrimento imposto pelo faraó. O Senhor organizou a remoção do povo que saiu do Egito e foi dirigido por Ele à Terra Prometida, Israel. Isso aconteceu há mais de 3 mil anos. Pouco antes de aquela multidão apossar-se da terra herdada, o Senhor usou Moisés para aconselhar o povo nos passos seguintes.

Quando Moisés reuniu os milhares de Israel, disse que a terra seria para eles uma herança eterna, pois era o cumprimento de uma promessa que não pode falhar. O povo, porém, poderia tomar o caminho que quisesses, contanto que assumisse as consequências. O caminho bom e o caminho mal estavam diante do povo de Israel, e o Senhor aconselhou o seu povo a escolher o caminho que leva à vida.

Reconheço que tomar decisões não é tarefa fácil, mas podemos confiar no cuidado de Deus que nos acompanha e guia em nossas decisões. Ele deseja ver seu povo acertando e sempre escolhendo a vida.
Neste livro, reuni parte da experiência que tenho na área de decisões úteis para uma família, desde o relacionamento de um casal até a composição de uma família. São cinco decisões que podem fazer com que a sua vida como parte de um casal ou de uma família tome um rumo melhor. Há situações que vemos como imutáveis, monstruosas, mas que podem ser transformadas para melhor com uma decisão acertada. Por isso, quero compartilhar com você essas cinco áreas que interferem decisivamente no estabelecimento da felicidade entre marido e esposa, e sua família.

Espero que você seja beneficiado com a leitura, que a mão do Senhor ajude nas decisões que você precisa tomar, e que elas sejam as mais acertadas possíveis.


Pr. Josué Gonçalves

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